Identificam-se sobre as raízes do latim: espaço como spatium, enquanto que rural se expressa em ruralis associado à rus-ruris para referir-se ao campo, e urbano se observa em urbanus a partir de urbs-urbis, em alusão à cidade. Desde os tempos mais remotos, são diferenciadas duas realidades espaciais: o meio rural ou campo e o meio urbano ou cidade. Ambos servem como marco de referência conceitual, caracterizando-se por atividades, tendências sociais e expressões culturais específicas.
Na civilização romana encontramos uma clara distinção entre os dois espaços geográficos
No contexto da Roma Antiga, o espaço rural era conhecido como ager e no espaço urbano era chamado de urbs (a palavra urbe deriva precisamente deste vocábulo). Atualmente seguimos lidando com esta diferença geográfica e costumamos dizer que uma pessoa mora no campo ou na cidade.
As cidades da Roma Antiga foram concebidas com critérios de utilidade. Do ponto de vista urbanístico, apresentavam uma estrutura retangular e reticular em forma de tabuleiro de xadrez. Existem dois caminhos neste tabuleiro: uma via chamada cardo no sentido norte-sul e outra no sentido leste-oeste denominada decumanos (o ponto de união entre ambas era um espaço aberto conhecido como foro). A estrutura das ruas perpendiculares e paralelas provém dos acampamentos militares ou fortes.
A maioria das urbes romanas era cercada por muralhas com um caráter defensivo
Em seu interior, os habitantes tinham acesso aos edifícios públicos e religiosos, aos centros de entretenimento (termas, teatros e circos) e aos locais dedicados ao comércio (o mercado público das cidades era conhecido pelo termo macellum).
Em relação às moradias, havia dois tipos: o domus era uma casa unifamiliar para as classes mais abastadas e as ínsulas eram parecidas com os prédios de hoje, mas feitos de tijolo e que atendiam os cidadãos menos favorecidos.
O espaço rural (ager romanus) compreende todo o território que rodeia as cidades. No caso da capital do império (Roma), o ager originário apresentava a seguinte divisão funcional: abastecer os mandatários (ager regius), fornecer terras de cultivo para a subsistência dos romanos (ager publicus) e algumas terras pertencentes às famílias mais abastadas (ager privatus).
A passagem da aldeia para a cidade
As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia 5000 anos antes de Cristo. A mudança da aldeia primitiva para a cidade significou uma revolução em todas as ordens: uma maior especialização do trabalho, assentamentos mais amplos e complexos, fortalecimento dos vínculos entre seus habitantes e a necessidade de criar estruturas organizacionais mais elaboradas.
O espaço urbano é considerado a origem da civilização (a palavra civilização provém de civil ou cidadão).
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Benjamin Veschi. Ano: 2019. Em: https://etimologia.com.br/espaco-rural-urbano/
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: H.K., Shtiel