É observado no árabe como al-shatranj, pela forma do persa shatranj, com raízes no sânscrito chaturanga, em referência a ‘quatro membros (do exército)’, associados à infantaria, cavalaria, elefantes e carros de guerra, apreciando correlação com as peças de xadrez: peões, cavalos, bispos (originalmente o termo usado era al-fil, com referência a elefante, inclusive no espanhol mantivesse essa versão, em quanto em outros casos, como no português, foi substituído por bispo, em relação à figura de consulta do rei) e torres, respectivamente. Chaturanga não era apenas o nome do jogo, mas também refletia a disposição estratégica das forças armadas no campo de batalha.
Expandindo-se da Índia para o oeste, alcançou o mundo persa, onde foi adotado como shatranj. Com a conquista muçulmana da Pérsia, o jogo de tabuleiro penetrou no mundo islâmico, onde se tornou uma atividade popular entre a elite e os estudiosos, servindo como um exercício de estratégia-tática militar, bem como entretenimento.
Quando os árabes trouxeram o shatranj para a Península Ibérica, o termo sofreu uma transformação linguística: xadrez. A palavra al-shatranj foi transformada, onde al- é o artigo definido árabe que significa ‘o’, e shatranj foi adaptado foneticamente, seguindo um padrão comum de arabismos em espanhol. Ao longo dos séculos, o xadrez permaneceu um jogo de profunda complexidade estratégica e rica tradição cultural.
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Benjamin Veschi. Ano: 2024. Em: https://etimologia.com.br/xadrez/