Etimologia de Grooming

É um empréstimo linguístico do inglês que transcende na opinião pública entre 2010-2013, constituindo-se um elemento jurídico estabelecido no código penal em numerosos países, porém, sua percepção remonta aos origens da Internet no final do século XX, como prática dada por predadores de menores no novo território digital, tornando-se um problema crescente na sociedade, forçando a implementação de medidas no campo do Direito. Os países que o incorporam, e o respectivo ano de sanção, compreendem por exemplo Costa Rica (2013), Argentina (2013), Chile (2011), Espanha (2010) ou Brasil (2008), por sua vez o México o adota apenas em 2019 associado com a Lei Olimpia.

A raiz responde ao verbo to groom, que implica a ideia de colocar a disposição, cuidar ou preparar, abrindo espaço para a configuração do denominado social grooming, que denota os comportamentos de inúmeras espécies animais, nas quais seus representantes trabalham para a higiene e as boas condições de seus pares para estabelecer laços sociais e eventualmente retribuir os mesmos favores.

Precisamente, o grooming online é baseado na conquista da confiança do menor para que o adulto possa levá-lo para seu território e, posteriormente, poder manipulá-la. Esta abordagem geralmente ocorre (provavelmente em 99% dos casos) por motivos sexuais, para eventualmente abusar do menor de alguma forma.

Através do vínculo de confiança estabelecido, o adulto obtém dados pessoais do menor, como número de telefone, endereço ou confissões sobre diversos temas. À medida que coleta informações, seja por pressão ou por engenharia social, continua pesquisando registros que impliquem uma maior intimidade, como fotos comprometedoras. Pelo fato de possuir algo de natureza que possa constranger a criança e colocá-la em apuros com seus pais, abre-se a possibilidade de um clima ameaçador, ativado a partir do momento em que não podem ser obtidos novos dados de maneira voluntaria.

Desse modo, o menor entra em uma espiral, na qual fornece informações e materiais ao extorsionário. A única saída é denunciá-lo, o que nunca é fácil, dada a exposição que isso implica, acentuado pelo medo da reação dos pais.

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