Etimologia de Justiça Divina

Primeiramente justiça se refere ao latim como iustitia, vinculado ao adjetivo justo (em latim iustus) e ambos baseados no núcleo propiciado pelo termo direito (apresentado no latim como ius). Por sua vez, Divina ou Divino tem referência no latim como divīnus, em alusão ao que está relacionada a Deus ou a uma divindade da qual se acredita, associado ao adjetivo divus, para referir-se a Deus ou a uma deidade, e naturalmente Deus ou deus, associado ao latim deus, explorando a raiz no indo-europeu *dyeu-, por iluminar ou brilhar.

Uma administração de justiça transcendental e perfeita

Este princípio remoto da humanidade é usado para explicar a justiça que emana da divindade em que se acredita e que lhe dá um grau de perfeição, razão e equidade maior do que se transmite na Terra e de parte dos seres humanos, basicamente pelo fato de serem falíveis.

Inclusive, muitas pessoas acreditam firmemente que a justiça divina, mais cedo ou mais tarde, chega e repara a injustiça dos homens quando é imperfeita ou não cumpre com sua missão de dar a cada um aquilo que lhe corresponde ou pertence.

É impossível medir o alcance deste tipo de justiça em termos humanos, há entidade e relevância apenas entre os crentes.

Os conceitos de justiça divina e justiça humana coexistem desde a antiguidade, quando foram escritos os primeiros textos legais com leis que regulam as relações e a vida em sociedade, no entanto, é preciso destacar que além desta situação e da obrigação de cumprir a lei já escrita, a justiça divina continuou levando vantagem, força e valor sobre o homem, mesmo endurecendo as penas.

Errar é humano e a justiça terrena também

Diante desta consideração que segue vigente na atualidade é que encontramos de alguma maneira a resposta do por que da supremacia da justiça divina, especialmente para os crentes, uma vez que acreditam na ideia que dispõe de um grau de perfeição que a humana é incapaz de alcançar, pois procede e é aplicada por seres humanos que são plausíveis de cometer erros, algo impossível de pensar por parte de Deus, aquele que sabe tudo e é perfeito.

Não é por acaso e segundo aqueles que acreditam nela, quando diante de um crime, a justiça humana pode errar, inclusive pode não atuar deixando um enorme vazio, mas sempre corrige mesmo que seja nessa ou em outra vida.

Quando a alma se separa do corpo passa pelo estágio do Purgatório, onde seus atos são examinados e, se algo ficou pendente, deve cumprir a pena correspondente e redimir-se, para poder assim seguir o caminho do encontro com Deus.

A necessidade de garantir a paz e a convivência social

Independentemente das considerações que possam surgir a respeito da perfeição ou não de cada justiça em relação àquele que a transmite, não pode ser ignorado que sua avaliação surgiu da demanda social por dispor e manter a paz e a harmonia entre os integrantes da comunidade.

Através de uma série de normas, princípios e considerações que sustenta, é possível velar pela correção de condutas e castigar aqueles que desviam dos critérios estipulados.

Roma antiga, pioneira do ordenamento jurídico

Domicio Ulpiano foi um jurista romano que viveu entre os finais dos séculos II e III e que assentou as bases do conceito de justiça que se perpetuou e afiançou com o decorrer do tempo.

Inspirado pela filosofia grega de Pitágoras e do Estoicismo, entre outras influências, definiu três eixos fundamentais do direito: viver honestamente, não prejudicar ninguém e dar o que corresponde a cada um.

Foi uma das fontes fundamentais do Direito Romano que ordenou juridicamente a vida no Império e que tanto material lhe trouxe neste sentido para o direito moderno.

    : Maxter

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