Por um lado, o post é interpretado como após ou depois, atuando de forma independente ou como prefixo, e mortem é apresentado na forma nominativa de morte, o qual se distingue no latim como mortis, associado ao verbo morrer, determinado como mori, na raiz indo-européia *mer-, por partir. É uma expressão usada para múltiplas áreas, como na prática da autópsia que nos leva a meados do século XIX.
Por sua vez, postumamente tem referência no latim como postŭmus, precisamente construído sobre o prefixo post-, e a palavra ŭmus, que é entendida por enterro. É tradição que homenagear a personalidades reconhecidas da sociedade ou entre os próximos na intimidade, no entanto, atualmente e apreciado em paralelo à homenagem em vida. Por outro lado, existe o perdão póstumo, que tem aplicação tanto na atual realeza do Reino Unido quanto em numerosos marcos legais, contemplando as mudanças culturais e jurídicas evidenciadas em tempos passados, por exemplo, em 2013 Elizabeth II declarou o perdão ao matemático Alan Turing, quem foi condenado por ter relações com uma pessoa do mesmo género e, em 2016, o mesmo critério foi aplicado a todas as pessoas acusadas do crime que operou na Inglaterra e no País de Gales até 1967.
O alcance linguístico desenvolvido por post ou post- é replicado em palavras como postular (em latim como postulāre), posterior (em latim nas formas posterior, posteriōris), pós-guerra (na base do latinismo post- e bellĭcus, na raiz de bellum, que se refere à guerra), pós-parto (construído por post e partus, do latim). Também, são observadas expressões como pós-venda (usada no setor comercial), post-hoc (interpretado como depois disso) ou as cenas características de pós-crédito da indústria cinematográfica.
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Benjamin Veschi. Ano: 2020. Em: https://etimologia.com.br/post-mortem-postumo-prefixo-post/
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: Oleksi