É identificado no latim insolĭtus, construído pelo prefixo in-, em caráter de negação, para ‘não’, e solĭtus, referindo-se ao adjetivo solito (pouco utilizado), para ‘acostumado’, destacando-se como particípio passivo do verbo solēre, no sentido de ‘habituar’ ou ‘acostumar’, possivelmente vinculado a solum, por ‘solo’, no contexto da superfície sobre a qual se habita, portanto, com raiz no indo-europeu *sol-e-, referindo-se à ‘morada’. Esta palavra pode ter uma conotação positiva ou negativa.
Da mesma forma, é interessante apreciar a associação dos componentes em insolente (visto nas formas latinas insŏlens, insŏlentis), que serve para adjetivar uma pessoa que não se comporta conforme os modos socioculturais conhecidos, e a influência do verbo solēre em particular na palavra obsoleto (no latim obsolētus), referindo-se a algo que parou de se frequentar de algum modo.
A negatividade no prefixo latino rege numerosas palavras como ingênuo (no latim ingenuus), inconsciente (conjugando in- e consciens), inédito (visível no latim inedĭtus) ou incesto (registrado no latim incestus).
Insólito se refere a um sucesso ou comportamento nunca visto ou pensado que poderia acontecer, incomum, inesperado, surpreendente, ou estranho, desde a perspectiva da pessoa que a testemunha, com base na sua formação e experiência, porque o mesmo acontecimento não tem necessariamente o mesmo impacto para todos. Cada pessoa percebe a realidade de uma maneira particular.
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Benjamin Veschi. Ano: 2021. Em: https://etimologia.com.br/insolito/