Indicando o indivíduo indefeso, incapaz de suprir suas necessidades básicas, aparece registrado no século XIV sobre a referência do latim nas formas indĭgens, indĭgentis, como particípio de indigere, por necessitar, formado pelo prefixo indu-, para indicar a ideia de interior, com raiz no indo-europeu *endo-, procedendo de *in-, por em, acompanhando o verbo egēre, por precisar ou exigir, com base no indo-europeu *eg-, por faltar ou carecer, e completado pelo sufixo -nte, para configurá‑lo como adjetivo.
No francês antigo, é desenvolvido como indigent, indigente, para influenciar a nível geral e, particularmente, o português (indigente) e inglês (indigent). Por sua vez, o substantivo indigência é observado no latim como indigentia, em referência ao adjetivo.
Deve-se notar que, neste caso, o prefixo in-, não é interpretado como uma propriedade de negação como ocorre, por exemplo, em inconsciente (que não tem consciência) ou inédito (que não foi publicado), mas é moldado em torno da ideia de internalização, como visto em engenharia (que transmite a mensagem de uma capacidade que vem de dentro) ou influencer (que projeta uma influência exponencial emergindo de si mesmo).
Da mesma forma, esta palavra e indígena (visível no latim indigĕna, determinado por -gen, entendido como original) não têm absolutamente nenhuma relação, além da intenção de atacar ou desqualificar as comunidades nativas.
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Benjamin Veschi. Ano: 2020. Em: https://etimologia.com.br/indigente/
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: Marcos