Está localizada no latim tardio, distinguindo-se como logĭcus, procedendo do grego em logikós, tendo associação com o vocábulo logos, do qual faz referência ao conhecimento e a ciência, adotando neste contexto um alinhamento de raciocínio.
O logos como superação do mito
Antes do aparecimento da filosofia, os esquemas mentais dos gregos eram dominados pela tradição mitológica. Sua cultura e seus princípios vitais bebiam das fontes dos relatos homéricos, onde se encontravam as respostas para todo tipo de preocupações: os fenômenos naturais, as inclinações pessoais ou os valores morais que deveriam orientar a sociedade.
O quadro de referência da mitologia começou a enfraquecer a partir da noção de logos. Assim, os primeiros filósofos entenderam que a natureza e o conhecimento humano deviam ser regidos por um critério racional, do qual o chamaram de logos. Com este novo espírito, cada escola filosófica grega foi formando sua própria visão do mundo.
Apesar da evidência do logos frente à fraqueza do mito, continuamos lidando com argumentos contrários à lógica. Por outro lado, esta disciplina tem sido e é um potente aliado para a resolução de problemas filosóficos e matemáticos.
Aristóteles é considerado o pai da lógica
Uma vez consolidado o logos como ferramenta que supera as limitações do mito, cria-se uma disciplina específica, a lógica. Quem sistematizou este ramo do conhecimento foi Aristóteles, discípulo de Platão e fundador de uma nova escola em Atenas, o Liceu.
A lógica aristotélica está fundamentada em uma ideia geral: a necessidade de articular um pensamento segundo critérios estritamente racionais. Com esta preocupação, o filósofo grego articulou uma lógica formal da qual analisava diversos tipos de enunciados. Neste sentido, diferenciou três modalidades de enunciados:
1) singulares afirmativos (S é P) e singulares negativos (S não é P),
2) universais afirmativos (todos S é P) e universais negativos (nenhum S é P) e
3) particulares afirmativos (algum S é P) e particulares negativos (algum S não é P).
Paralelamente, estabeleceu as leis de oposição contrária e desenvolveu diversas versões dos silogismos
Tudo isso com uma finalidade específica: demonstrar a validade formal de um raciocínio.
Vinte e quatro séculos depois de suas contribuições, continuamos utilizando seus critérios lógicos no mundo da matemática e no raciocínio da vida cotidiana. Os dispositivos tecnológicos que utilizamos diariamente são projetados com programas de inteligência artificial que necessitam da lógica binária.
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Benjamin Veschi. Ano: 2019. Em: https://etimologia.com.br/logica/
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